O que é Práxis?
O vocábulo práxis, à semelhança de tantos outros conceitos filosóficos, assume diversas conotações ao longo do devir histórico a depender do teórico que o postula bem como das circunstâncias históricas em que o conceito emerge. Todavia, teóricos como Silva e Vázquez, entre tantos outros, buscando as origens para o termo práxis apontam uma origem grega, mais especificamente em Aristóteles para quem o termo práxis denota um tipo específico de ação que tem fim em si mesma, como a política e a ética, ambas de fundamental importância no mundo grego antigo, praticadas pelos cidadãos no âmbito da pólis.
Nessa concepção clássica de práxis,restringe-se a definição de práxis a tudo o que não pertença ao reino da ética ou política, haja vista não se enquadrarem na definição de “ação que tem fim em si mesma”. Logo, as demais ações se enquadrariam não na práxis, mas na poiésis que no mundo antigo denotava, segundo Silva (2017), “aquele tipo de ação capaz de gerar algo diferente de si mesma”. Nesse sentido, práxis e poiésis se complementam, ainda que tenham “campos” de atuação delimitados.
Diversa à conceituação adquirida na Antiguidade, um outro sentido à práxis, dado pelo senso comum, faz referência àquilo que é prático, utilitário, eficiente no cumprimento dos seus propósitos, portando com denotação distante da proposta na Antiguidade Clássica ou ainda das significações que o termo assume na Renascença e Modernidade filosófica. Todavia, ainda que seja importante pontuar essa significação dada pelo senso comum ela não é a primordial na compreensão filosófica do termo. Para nosso objetivo, cumpre destaque os significados na antiguidade clássica e, posteriormente, na teoria marxiana.
O conceito de práxis assume o cerne principal da teoria marxiana.Silva (2017), pontuando a importância do conceito em Marx, assinala: “é a partir dele e com ele que surgem tanto uma teoria capaz de capturar o mundo humano em seu movimento real quanto direcionamentos para ação imediatamente prática em prol da transformação do mundo”. Nesse sentido, o entendimento de Marx, exposto nas Teses sobre Feuerbach torna-se fundamental para dar luzes a uma compreensão das intenções filósofo quando ele pontua que o filósofo deve se preocupar não apenas com a interpretação do mundo, mas também com a sua devida transformação.
Referência Bibliográfica
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
SILVA, Renatho Andriolla da. O Conceito de Práxis em Marx. 2017. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Natal, 2017.
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