segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Lógica Aristotélica

Adverso ao que alguns podem pensar, a lógica está presente em nosso cotidiano em realidades muitas vezes inimagináveis. Sempre que precisamos justificar nossas ideias, posições ideológicas e pensamentos recorremos a estruturas argumentativas, muitas vezes inconscientes, que possibilitam ao interlocutor e ouvinte a compreensão mútua do raciocínio desenvolvido por ambos. E para isso, assume papel preponderante a chamada lógica com a finalidade de organizar, de forma sistemática e rigorosa, as estruturas que irão embasar o processo de construção argumentativa permitindo conclusões mais acertivas em qualquer que seja o objetivo de sua argumentação.

Afinal, argumentando bem é possível defender qualquer coisa. Isso mesmo, qualquer coisa! Que fantástico, não!? Caso tenha curiosidade fica a sugestão do filme Thank You for Smoking (Obrigado por Fumar) que, diferente do que sugere o título, não é uma defesa do cigarro, mas antes sobre os limites e possibilidades da boa argumentação, estruturada em princípios lógicos capazes de sustentar posições aparentemente insustentáveis. Para uma prévia do filme, visando aguçar a tua curiosidade segue uma das cenas do filme, disponíveis no YouTube: 

OBRIGADO POR FUMAR – EUA, 2005:

Enquanto campo de investigação filosófica, a Lógica remonta à Antiguidade, e já estava presente, em menor grau, nos filósofos pré-socráticos, sofistas e em Platão, mas é com Aristóteles que a Lógica ganha amplitude, especialmente na obra Órganon. Nessa obra, traduzida literalmente por “instrumento”, o estagirita toma a lógica como instrumento para expor as regras de avaliação das estruturas argumentativas e, assim, possibilitar uma análise das validades e /ou incongruências detectadas nos processos argumentativos.

É importante ressaltar que, embora Aristóteles seja fundamental para se compreender a concepção que se tem hoje de lógica, o termo não foi criado pelo estagirita. Há quem atribua tal nomenclatura aos filósofos estoicos, portanto, bem posterior ao período em que viveu Aristóteles. Todavia, conforme já mencionado, é com ele que a Lógica ganha amplitude conceitual e prática. O filósofo formula o que podemos chamar de leis basilares da lógica formal: princípio da não contradição e o terceiro-excluído.

Princípio da Não Contradição: Partindo desse princípio, o estagirita Aristóteles propõe a não contrariedade do pensamento. Como ressaltam Aranha e Martins (2016, p. 96): “Duas proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeiras”. Disso, conclui-se que se alguém afirmar a veracidade de que Alguns cisnes não são brancos, será falso afirmar que Todos os cisnes são brancos haja vista serem proposições conflitantes, contraditórias e que algo não pode ser e não-ser sob o mesmo aspecto sem entrar em contradição lógica.

Princípio do Terceiro Excluído: Tal princípio assevera que todo e qualquer enunciado só possui dois valores de verdade: ou é verdadeiro ou falso. Inexiste uma terceira possibilidade que, por exemplo, dê a ele um status intermediário entre o verdadeiro e o falso.

Referências Bibliográficas

ARANHA, Maria L. de A.; MARTINS, Maria H. P. Filosofando: introdução à filosofia. SP: Editora Moderna, 2016.

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