terça-feira, 25 de agosto de 2020

Capital Cultural

O que é capital cultural?

É a valorização da cultura socialmente dominante mediante a concessão de vantagens materiais e simbólicas aos detentores da cultura dominante. E aqui é importante esclarecer que a alcunha de dominante dada a uma prática cultural é sempre arbitrária. Ela é dominante justamente por ser a cultura legitimada pelos grupos dominantes e não porque carregue em si elemento distintivo de superioridade a priori. No limite, temos a cultura que se torna princípio de diferenciação social, estabelecendo limites e possibilidades de acesso aos bens e serviços. O capital cultural, segundo Bourdieu, se dá em três estados: incorporado, objetivado e institucionalizado.

Capital Cultural

CAPITAL CULTURAL INCORPORADO

O capital cultural incorporado ocorre mediante transmissão hereditária em que a família com alto capital cultural torna todas as socializações com os filhos oportunidades de acúmulo cultural.

Para exemplificar podemos pensar numa família em que os pais são médicos, advogados ou professores. É bastante comum que nessa situação seus filhos aprendam, desde novos e em diversas situações do dia a dia, o uso polido da linguagem, a se comportar em ambientes públicos e privados, ter acesso facilitado a bens culturais como cinema, teatro, livros, etc. No limite, um simples sentar-se à mesa para tomar o café da manhã pode representar uma transmissão cultural de elevadíssimo grau, muitas vezes não possível a classes de menor capital cultural.

CAPITAL CULTURAL OBJETIVADO

O capital cultural objetivado ocorre mediante transferência material seja mediante a economia através de bens materiais herdados ou simbólica como exemplo obras de arte. A classe dominante perpétua sua herança material e simbólica facilitando que seus filhos permaneçam na posição de mando, no topo da hierarquia social.

CAPITAL CULTURAL INSTITUCIONALIZADO

O capital cultural institucionalizado ocorre mediante a concessão de títulos escolares e acadêmicos que legitimam conhecimentos e poder. Esse tem sido bastante polêmico na atualidade em que cidadãos usam de títulos e diplomas para menosprezar outros, exigir tratamento diferenciado ou ainda a permissão para burlar a lei. O tradicional “você sabe com quem está falando?”.

SUGESTÃO AUDIOVISUAL

Para aprofundar o conceito sugerimos que se assista ao breve vídeo, produzido pela UNIVESP que, de forma bastante didática, apresenta o conceito e suas consequências na manutenção da estrutura social dominante.

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Fábio Guimarães de Castro

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Ana Maria F. A noção de capital cultural é útil para se pensar o Brasil? In: PAIXÃO, Lea Pinheiro; ZAGO, Nadir (Org.). Sociologia da educação: pesquisa e realidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 44, 2007.

SANTOS, Tiago. Capital Cultural, Crie Atividade, 2019. (fonte da imagem).

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